domingo, 25 de março de 2012

Travessia Oeste - Leste do Morro do Buracão

Participaram: Fabio,  Roberto  Hochin,  Teofilo

Partimos de Brasilia por volta das 09:00 de sábado, saindo em direção a Alto Paraiso de Goiás. O asfalto da  GO-118  está bem melhor do que estava no começo do ano, então a viagem até a chapada foi tranquila e sem incidentes. De Alto Paraiso pegamos a estrada para São Jorge, parando no rancho do Seu Waldomiro por volta de meio dia. Estando lá, não resistimos: caimos matando na "Matula", um prato típico que é a especialidade da casa. Depois de almoçados, saimos sem cerimônia para pegar no pesado: Encaramos 4 km de asfalto, com sol de rachar, até o ponto de acesso à crista oeste do Morro do Buracão.

Saimos da estrada no rumo da encosta, e logo já estávamos subindo em terreno bastante inclinado.
O calor e a inclinação logo cobraram o "pedágio" aos três: precisamos dar uma parada de alguns minutos em uma sombra providencial para recuperar as forças. Mas é assim mesmo: como diz o ditado, "é com sol e ladeira que se forja um bom caminhante".

O  terreno continuou inclinado, inclusive com alguns trechos de "escalaminhada" nos quais o Roberto precisou de uma mãozinha por não estar acostumado a esse tipo de terreno. Finalmente chegamos na crista, que apesar de acidentada e com muitas pedras, seguia com inclinação mais suave em direção ao cume do buracão.

Mais um pouco de suor e já  chegamos no platô,  um dos dois únicos locais planos o suficiente para acampar comfortavelmente na parte alta do morro. Como já eram 16:00,  resolvemos parar por ali mesmo. O calor ainda estava grande, e a dúvida era beber muita água logo e passar sede no dia seguinte, ou segurar as pontas para sobrar água para o resto da caminhada...

Jardins de Maitrea, visto a partir do Buracão


Passamos o resto da tarde arrumando as barracas, treinando nós e contemplando a paisagem, que se extendia até o lago de Serra da Mesa. Várias nuvens de chuva dançavam no céu ao redor, mas durante toda a caminhada nenhuma resolveu nos presentear com uma ducha refrescante.

Teófilo treinando nós no acampamento




No por do sol, nos alojamos em uma pedra que era o ponto mais alto do platô onde estávamos acampados. Logo após escurecer o Teófilo já se recolheu para dormir. Eu e o Roberto ficamos até tarde proseando, sobre caminhadas, sobre a vida, sobre as estrelas.
Nuvens de chuva e por do sol. Reflexo do lago de Serra da Mesa ao fundo

 No dia seguinte acordamos bem cedo e logo arrumamos tudo, para aproveitar o frescor da manhã e caminhar com um pouquinho mais de conforto. Mas claro que não foi rápido a ponto de esquecer do espetáculo do nascer do sol no Buracão...


Nascer do sol no Buracão

Amanhecer  no acampamento

Os primeiros raios de sol  iluminam o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Recolhido o acampamento partimos decididos.  Para o alto e avante!  Subindo a crista, passando por um primeiro cucuruto onde existe um marco da Comissão Nacional de Cartografia, e logo chegando ao ponto mais alto do Buracão. Dalí em diante, só descida.


Teófilo ao lado do marco da CONCAR
Tô cansaaaado!
No topo do Buracão
Seguimos descendo, e depois de um trecho bastante inclinado e acidentado, chegamos na outra área de acampamento, que nos brindou com uma pequena nascente. Aproveitamos para nos refrescar e matar a sede acumulada desde o dia anterior. Para aqueles que desejarem repetir a travessia, é importante lembrar que esta nascente pode estar seca entre os meses de maio a outubro, portanto não é água para se contar como certa.


Morro da Baleia visto do Buracão
Depois do platô a descida vai se tornando cada vez mais fácil, com apenas alguns trechos mais acidentados se interpondo entre cristas e platôs mais planos, seguindo um alinhamento de totens que algum excursionista se deu ao trabalho de montar para marcar o caminho. Um pouco mais para baixo, já começam a aparecer sinais de trilha, que vai se tornando mais e mais bem marcada até a ponta da crista leste do Buracão, já tocando a estrada de  asfalto que vem de Alto Paraiso.

Quase no final da trilha, com a parte mais alta do morro ao fundo
Meio dia em ponto chegamos de volta ao carro, exatas 23 horas após o início da caminhada. Quase um dia completo, mas que durou e valeu como nenhum outro. E pensar que foram só 8,5  km de trilha.....

segunda-feira, 5 de março de 2012

Trekking nos Kalungas

No último carnaval, o  Rochael e o Ivam, participantes do Grupo de Caminhada de Brasilia e velhos camaradas de trilha, realizaram um trekking de mais de 90km na região dos Kalungas, a norte da cidade de Cavalcante-GO.

 Vejam o relato no site do Rochael clicando aqui:

quinta-feira, 1 de março de 2012

Pico do Itambé - visita ao Teto do Sertão Mineiro

Trekking de travessia entre a Vila Capivari e Santo Antônio do Itambé.

Participaram: Aldem, Andrea, Danielle, Fabio, João, Marcondes, Renato, Teófilo, Ticiana

Com 2044 metros de altitude, O Pico do Itambé, também conhecido como "Teto do Sertão Mineiro",  é o ponto culminante da Serra do Espinhaço e está protegido por um Parque Estadual de Minas Gerais. Este Parque foi o destino de uma visita do Grupo de Caminhadas de Brasilia no Carnaval  de 2012 (19 a 21 de fevereiro).

   Foto 1: Vista do Pico do Itambé
O grupo saiu de Brasilia em três levas diferentes: um carro na sexta de manhã, um carro e uma moto na sexta à tarde e uma moto mais à noitinha. O ponto de encontro foi o pequeno e pitoresco povoado de Capivari, que fica no sopé do Pico. 

Atendendo ao costume local, nos distribuímos para dormir nas casas dos moradores, que buscam na hospedagem de turistas uma complementação de renda. Fomos muito bem recebidos no autentico estilo da hospitalidade mineira, com direito a muitas horas de boa prosa. Ficamos muito felizes de reencotrar o Salvador, que haviamos conhecido (Fabio e Andrea) em nossa primeira visita ao Itambé, 10 anos atrás.

   Foto 2:  Receptivo familar da Neném - ótima comida!


Na manhã do dia seguinte, iniciamos a caminhada. O objetivo do "trekking" foi  subir o Pico do Itambé pela trilha de Capivari, dormir em seu topo e continuar pela trilha que desce para Santo Antônio do Itambé, retornando para Capivari pela trilha dos tropeiros, que passa ao sul da montanha. A caminhada iniciou-se de forma bem tranquila, por estradinhas de terra seguindo em direção à serra. Logo estávamos na trilha, subindo os vários platôs para vencer os quase 900 metros de desnível entre a base e o topo do Itambé.  A vista começava a se ampliar, permitindo contemplar as outras serras ao redor.


    Foto 3: Paisagem vista da subida ao Pico do Itambé

O trecho final até o cume foi árduo, com vários trechos de escalaminhada, exigindo bastante atenção e disposição de todos.

   Foto 4:  Trechos finais da subida.
Ao chegar ao topo, o grupo foi  "presenteado" com  um manto de névoa que obstruiu qualquer possibilidade de vista, seja do céu, seja das paisagens abaixo. Mas isso não tirou a animação de ninguém, principalmente de uma valente roda de prosa que esticou o papo até bem tarde, apesar do vento, da neblina e do friozinho de 15 graus celsius.

O outro dia ainda amanheceu dentro da nuvem.  Então desarmamos o acampamento, chegamos ao cume para tirar fotos do grupo e de uma construção  que está em ruínas, apesar de abrigar uma repetidora de telefonia celular. Seria um ótimo local para um abrigo de montanha....

   Foto 5: Grupo no cume do Pico do Itambé
A trilha de descida, ao contrário da do dia anterior, estava muito bem marcada e era de relevo muiiiito mais suave. Portanto, a caminhada foi bem tranquila  montanha abaixo.  Em algumas horas, chegamos à estradinha de terra que nos levou de volta a  Santo Antônio do Itambé e a "civilização", com uma parada para um belo banho na cachoeira do Neném.  Acabamos, por motivos vários, não realizando o retorno para Capivari pela trilha dos Tropeiros. Ou seja, temos um bom motivo para voltar a trilhar novamente por estas terras altas de Minas....

Vejam  as fotos do Aldem aqui.

OBS: Solicite informações ao IEF Minas antes de qualquer atividade no Parque Estadual do Pico do Itambé, ou qualquer outro parque estadual. Atividades de travessia como a relatada nesta postagem necessitam de autorização prévia.